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A Inesperada Virtude de Birdman

  • Foto do escritor: coopingblog
    coopingblog
  • 1 de fev. de 2015
  • 4 min de leitura

Faltam 22 dias para o Oscar e, é claro que o Co-oping não poderia deixar de cobrir a premiação. A partir de hoje, iremos colocar no ar a análise de nossa equipe sobre cada um dos concorrentes a Melhor Filme.

A resenha de estréia? Birdman, de Alejandro González Iñárritu, e também atual favorito ao prêmio.


Nossas primeiras impressões do longa você já pôde conferir aqui, na nossa Drive-In. Agora é conferir o texto que o Igão preparou e os comentários do Edgar e Felipe.


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Escrito por: Igor Sérgio Michetti


Eu. Metade dos interessados numa crítica a Birdman não lêem além daquele artigo que ilustra a pessoa mais importante para cada um de nós. Há a necessidade de ser impessoal com sua opinião, vide que até a redação do Enem abomina o "Eu", para que você entre numa faculdade, você deixa seu Eu no passado e se torna um nada. Eu não quero isso. Eu quero falar sobre Birdman com você, querido leitor. Isso não é uma crítica, estou me lixando para técnicas cinematográficas com nomes bonitos e conceitos vazios, eu não mereço criticar essa ou qualquer outra obra considerada artística ou comercial, digo mais, eu nem sei a diferença entre ambas. Birdman é o melhor teatro/filme/show de jazz que eu já vi. Há um ritmo tão marcante nesse filme que me peguei com certa dor em meus olhos por não piscar, eu não queria perder nada daquilo.


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Algo no jazz - ora mas que sacrilégio, escreve-se Jazz - tão marcante quanto único é seu ritmo, cria-se uma música tão marcada por um ritmo tão forte que confere um tom emocionante no Jazz, e ,quando você vai à um show de Jazz (ou assiste no conforto de seu lar), você espera aquela música do CD mas nunca a recebe da mesma maneira como foi gravada em estúdio, pois um show de Jazz é imprevisível dentro de uma expectativa. No Birdman, há uma base no qual o roteiro se constrói, um momento treinado e aperfeiçoado, mas você deixa de se importar com aquela base pois o ritmo imposto no filme cria algo maior, tal qual num show de Jazz, você ouve algo familiar constantemente enquanto embarca num improviso tão perfeito que se esquece de outras coisas não tão importantes naquele momento, não importa mais a técnica ou a ideia, importa aquilo que você sente.


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O teatro é a base de Birdman, sinto como se não houvessem cortes durante o filme, tenho a impressão de que havia uma peça sendo construída ali enquanto um vouyer com muito dinheiro e tempo livre estivesse brincando com seu drone em Nova York esbarrando, por mero acidente, ali. É real, é intenso, não existe atuação ali, é uma entrega de corpo e alma para que esse roteiro maluco funcionasse perfeitamente, quero beijar todos os atores e atrizes e toda equipe que fez essa coisa maluca dar certo (em especial, Emma Stone). O mais incrível é perceber, no fim do último ato, as cortinas sendo descidas e certo ar de alívio por poder finalmente piscar e respirar de forma saudável, somente esperando um vindouro reaparecer dos atores para os aplausos merecidos.


Eu não falatrei nada sobre a trama do filme, seu roteiro inacreditável ou qualquer outra coisa que possa revelar um tiquinho sequer desse filme. Eu nem vi o trailer daquilo. Eu só posso dizer uma coisa, queridos leitores: não me importo com as críticas ou análises ou notas que possam querer atribuir à essa obra, eu adorei e me emocionei. É tudo o que eu quero.


Eu, Igor Sérgio Michetti.


Comentários:


Edgar: Pra começar, Birdman fez comigo algo que, em 2014, nenhum filme conseguiu fazer: me fazer resgatar a vontade de pagar vinte e poucos reais mais vezes para se ir ao cinema conferir essa ou aquela estreia.

No ano passado, tirando os grandes blockbusters, minha vontade de gastar essa pequena fortuna no cinema foi minguando à medida que ia encarando decepções aqui e ali.

Pra começar, sua dinâmica irrefreada faz com o espectador, com menos de dez minutos de filme, já esteja entregue ao longa.

Mas o filme não se resume apenas a isso e tem um texto que deixa "roteiristas wannabe like me" com uma vontade louca de ter sido autor de tal texto!

Sério! A vivacidade dos diálogos, a agilidade dos embates entre os personagens e toda ironia salpicada fazem o filme delicioso de se assistir!

E a câmera que acompanha o filme o tempo todo? Ah, a câmera que nos faz sentir como se estívessemos numa passeio de montanha sem interrupções!

Falar de Birdman é também falar de sua trilha sonora eletrizante, das atuações que estão na linha tênue entre o rídiculo e a tragicidade (o que é perfeitamente adequado ao filme), da sua edição brilhantes, das pontadas para Hollywood e para as questões, tão contemporâneas que o filme se propões a apresentar para quem o assiste.

E, sim, o filme falha ao ser metalinguístico em excesso e, às vezes, mastigadinho demais, mas, Academia, pode dar o Oscar para o longa do Iñárritu!

Ele não ficou 12 anos gravando um filme, como seu adversário Linklater, mas Birdman é merecedor!


Felipe: Um filme um pouco difícil de se comentar, na minha opinião, pois o gênero predominante é um pouco difícil de se distinguir.

Sob minha concepção, é um tipo de filme único. Nunca tinha visto nada parecido. A harmonia entre transições de cena, trilha sonora e o humor na história ficaram geniais. É aquele tipo de filme que é interpretado de acordo com a personalidade da pessoa, no qual a pessoa se identifica mais com um dos gêneros propostos pelo filme.

A história em si é um pouco fraca, mas toda a dinâmica presente a enriquece. É um bom filme,mas ainda não o consigo ver como vencedor do Oscar.


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Já assistiu Birdman? Concorda com o Edgar, quando ele diz que o Oscar de Melhor Filme já é dele? Conta pra gente! Comente, siga a gente nas redes sociais e continue visitando! Tem muito conteúdo planejado para ir ao ar ainda!

 
 
 

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